quinta-feira, 12 de novembro de 2015

ENTREVISTA: CALIBRE 765 (SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE - PE)

A Calibre 765 é uma das bandas seminais da cena alternativa de Santa Cruz do Capibaribe. Fazendo sempre shows muito enérgicos e lotados, a banda que já se consolidou no cenário local ainda tenta explorar áreas mais profissionais, como a gravação de material inédito. O blog entrevistou a banda e fez algumas perguntas sobre os próximos passos da Calibre e o que o público pode esperar da apresentação no Capibaribe in Rock 2015.



CIR - A apresentação da Calibre, junto com a da Le Freak, já é uma espécie de tradição no Capibaribe in Rock e em outros eventos do tipo na cidade há algum tempo. Como vocês enxergam o papel da banda para a cena alternativa de Santa Cruz?

Calibre Sabemos que temos uma certa importância na cena alternativa da cidade, mas buscamos não pensar muito nisso, não queremos carregar uma “obrigação” por ser uma das bandas precursoras dessa cena. Até porque nunca fomos um bom exemplo.

CIR - No ano passado vocês entraram em estúdio para a gravação de material inédito. Alguma previsão de lançamento?

Calibre Acabamos tendo alguns contratempos e a coisa não andou. Esperamos continuar agora após essa apresentação do Capibaribe in Rock. Mas isso sempre é um hiato. O material nós já temos, agora é esperar que as coisas fluam normalmente.

CIR - Depois do Capibaribe in Rock o ano praticamente acaba para eventos que cedam espaço para bandas locais. Quais os planos da Calibre para 2016?

CalibreEstamos com a ideia de fazer outro evento como o que fizemos em outubro na Usina 231. Não temos data certa, mas será no primeiro trimestre. E se tudo fluir bem, também estaremos trabalhando nas nossas “infinitas” gravações.

CIR - Mesmo com um dos shows mais tradicionais (e lotados) do festival, vocês ainda ficam ansiosos para subir no palco?

Calibre Sempre! (risos). Tocar é sempre uma experiência única. Apesar de tantos anos, de tantos shows, sempre ficamos na expectativa de fazer um grande show, fazer algo melhor! E o ambiente, o clima do palco te desliga do mundo. É uma experiência única mesmo.

CIR - O que vocês estão preparando para a apresentação de 2015?


Calibre Esperamos fazer um show a altura do festival. Estamos revisitando algumas músicas antigas que não tocávamos havia algum tempo e esperamos agradar ao público presente, agradar os novos e os velhos admiradores do bom e velho rock ´n´roll!

Entrevista: Priscila Moura (@blue_journalist)
Foto: Calibre 765

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

ENTREVISTA: 30 DE OUTUBRO (MOSSORÓ - RN)

Com um som que flerta com bandas indie e letras em português, a 30 de Outubro, banda de Mossoró - RN é a única atração não-pernambucana do Capibaribe in Rock 2015. Por indicação de um amigo santacruzense, os caras ficaram conhecendo o festival e aceitaram participar do evento. O blog conversou com a banda sobre carreira e as expectativas para o Capibaribe in Rock.



CIR - O que você pode nos contar sobre a 30 de Outubro? Como surgiu? Quem são os integrante e de onde veio o nome da banda?

Jonathas - A trinta tem Thiago “Bidu” na guitarra, “Fm” Tavares na bateria, Evaristo no baixo e Jonathas no vocal e guitarra. Alguns anos atrás Bidu tinha uma banda em Mossoró, a Jurubebas, na qual Jorge (primeiro baixista da Trinta) também participava. No mesmo período do fim da Jurubebas eu havia feito algumas músicas em casa, sem nenhuma pretensão, e as tocava com Michel, amigo de infância que tocava teclado comigo e tocou nos primeiros anos da Trinta. De alguma maneira que não lembro, Jorge e Bidu ficaram sabendo da músicas, acharam legais e perguntaram se eu não queria me juntar à eles e tocá-las, só pra ver como ficava. E foi assim que eu e Bidu entramos na banda. A gente não tinha baterista na época e lembro de ensaiarmos com uns samples que eu havia utilizado na gravação das músicas. Devido a ter outra banda de maior atividade na época, Jorge saiu ainda no primeiro ano da banda. Meu pai, Evaristo, acompanhava os ensaios e um dia perguntei se ele não podia quebrar um galho pra a gente no ensaio tocando baixo. E foi assim que Evaristo entrou na banda. Depois de termos encontrado e trocado algumas vezes de baterista, Fm apareceu, deu força e atitude na cozinha da banda e está aí, reinventando as músicas a cada ensaio. Essa é a Trinta.
O nome “Trinta de Outubro” veio nos primeiros ensaios, devido a banda não ter nome, Jorge sugeriu que fosse “30 de outubro” por causa de um blog que eu mantinha e era onde eu postava as músicas e letras que fazia. “E porque o blog tinha esse nome?”. Nada demais. Eu precisava de um nome pro blog, e um dos primeiros textos que coloquei lá tinha a data “30/10/2006” nela. Eu achei legal a ideia de ter uma data no nome, e ficou.

CIR - Quais as suas principais influências?

Jonathas - As influências são difíceis precisar. Cada um tem as suas e são bem diferentes. Eu ouço muito muita coisa e poderia dizer que Editors, U2, Hillsong United são minhas principais influências na hora de compor, mas a gente curte também o Kings of Leon, Oasis, já tocamos Los Hermanos… Um pouco de tudo no rock.

CIR - Como vocês conheceram o Capibaribe in Rock? E como vocês se sentem em se apresentar num festival tão longe de casa?

Jonathas - A oportunidade do Capibaribe in Rock apareceu através do meu amigo Dallas Ferraz, que dividia apartamento comigo durante parte do intercâmbio que fiz. Um dia mostrei umas músicas da gente pra ele e depois de tirar muito sarro delas, ele falou do festival e disse que poderia indicar a gente. Foi quando o Roberto nos fez o convite e a gente aceitou na hora. Estamos bastante empolgados! No último ano a banda esteve parada e essa vai ser nossa primeira apresentação em quase 2 anos. A gente "tá se coçando” pra tocar. Vai ser nossa primeira vez em Pernambuco e tocar num festival como esse é a melhor forma de recomeçar. Esperamos agradar e voltar nos próximos anos.Obrigado ao Dallas (Kevin is gonna be theeere), e ao Roberto pela a oportunidade.

CIR - Que importância você vê em festivais como o CIR para o movimento alternativo da nossa região?

Jonathas - Particularmente acredito que festivais como o Capibaribe in Rock são fundamentais para a sobrevivência e crescimento da cena. As bandas precisam desse espaço, desse incentivo, dessa visibilidade… Serem provocadas a produzir sempre coisa nova, de maior qualidade e, principalmente, cantar e representar sua identidade, sem desrespeitar as demais. É através da música que a gente sabe se expressar melhor. A gente usa a música pra passar nossa mensagem, espalhar amor, cultivar a esperança. Quando escrevo, o faço acreditando que alguém deve estar precisando ouvir o que a gente tem a dizer e a gente espera que o que a gente diz a faça bem.

CIR - Por fim, qual a expectativa da banda em relação a apresentação no Capibaribe in Rock e o que podemos esperar do show de vocês?


Jonathas - Nós tentamos montar uma apresentação com as melhores canções que temos. Queremos fazer um show forte, enérgico. Escolhemos as músicas que a gente acha que são mais a cara da gente e que, principalmente, a gente se diverte tocando, que é o principal. Vai ter muito delay e drive, é a única coisa que dá pra garantir. Acho que vai ser um grande festival.

Entrevista: Jorge Luis
Edição/Finalização: Priscila Moura
Foto: 30 de Outubro

terça-feira, 10 de novembro de 2015

ENTREVISTA: TARTARUGAS DE PATINETES (CARUARU - PE)

Direto da capital do forró, trazendo um surf music embalado por doses nem sempre homeopáticas de psicodelia, David Garcia (guitarra), Alberto Barbosa (baixo) e Rennan Tôrres (bateria) formam a Tartarugas de Patinetes.


O power trio já coleciona apresentações memoráveis e já está a todo vapor para o Capibaribe in Rock. A gente convidou o guitarrista David Garcia pra bater um papo sobre esse lance de tartarugas andarem de patinetes e, só por curiosidade, saber o que eles estão aprontando para o festival.




CIR - Como a banda surgiu e de onde vocês tiraram o nome "Tartarugas de Patinetes"?

David Garcia - Então, primeiramente gostaria de agradecer em nome da TDP o convite pra participar desta edição do Capibaribe in Rock, que ao meu ver, é o maior festival de música alternativa do interior do estado e um dos maiores do nordeste, e dizer que é uma grande honra pra nós fazermos parte do lineup deste ano. Eu e o Alberto (baixo) viemos do hardcore e foi na cena hc que nos conhecemos e nos tornamos amigos. Sempre conversávamos muito sobre nossas influências em comum e em como poderíamos um dia montar um projeto onde o hardcore não fosse o personagem principal e a gente pudesse explorar outros horizontes, mas tudo ficava no papel. Daí conhecemos o Rennan (bateria) que também vem da mesma escola do hc e que trazia uma inquietação em fazer um som mais dinâmico semelhante a nossa. Ele era o elemento chave que faltava, não por ser um bom batera e ter ideias musicais parecidas, mas por termos nos tornado amigos antes de tudo. O nome vem da idéia de se fazer uma coisa muito difícil ou pra uns até impossível e que pra nós simboliza resistência. Como os cágados que vivem no rio Ipojuca que corta nossa cidade e que é um dos mais poluídos do planeta, eles sobrevivem dia após dia em um ambiente de total podridão e sem qualquer amparo, é basicamente como nós que vivemos numa sociedade que nos empurra constantemente pra algo que nos destrói e aliena. Somos tartarugas de patinetes.

CIR - A Surf Music é um estilo único, que contagia muita gente quando começa a tocar. Quais são as principais influências de vocês?

David Garcia - Nossas influências vão de clássicos como Dick Dale, The Ventures, The Surfaris a nomes mais recentes como Man Or Astro-man?, Agent Orange, Retrofoguetes, Jubarte Ataca entre outros, mas também bebemos muito da fonte do rock psicodélico de todas as gerações.

CIR - A banda muitas vezes costuma realizar alguns "shows relâmpago" nas ruas e praças de Caruaru. Como tem sido o retorno do público e qual a sensação de tocar ao ar livre de forma tão espontânea?

David Garcia - Cara, é uma das melhores sensações que tenho contato como músico, o público tem nos recebido de forma muito positiva, param, tiram fotos, fazem vídeos, nos cumprimentam, contribuem com algum trocado e muitos ficam até o final, algumas pessoas também nunca viram uma bateria de perto ou uma guitarra plugada e isso chama muito a atenção da galera. Por outro lado isso tem um peso enorme pra nós, pois desde muitos anos nossos pais e avós já tinham contato com esse tipo de intervenção cultural, que ainda existe através das bandas de pífano tocando nas feiras e ruas da cidade, então mesmo com outro formato e estilo de música nós acabamos representamos um pouco dessa ação cultural tão bonita e antiga que existe em nossa cidade. Agradecemos muito a todas as bandas de pífano do Brasil.

CIR - Quais os futuros projetos da Tartarugas de Patinetes?

David Garcia - Atualmente estamos trabalhando muito em composições pra que no próximo ano a gente possa entrar em estúdio pra gravar nosso primeiro trabalho de forma independente, mas em paralelo continuamos nos apresentando e idealizando novas possibilidades de divulgação de nosso trabalho pela internet que é o maior meio de difusão de projetos como o nosso. Também existem planos de turnês e pequenos giros com bandas parceiras pela região.

CIR - Por fim, qual a expectativa para o show no Capibaribe in Rock e o que nós podemos esperar?

David Garcia - Estamos totalmente instigados com esse show! Será nossa primeira apresentação fora de Caruaru e não vemos a hora de subir naquele palco e mostrar nosso som pro pessoal de Santa Cruz, ainda mais sabendo que será em um festival como o Capibaribe in Rock, é instiga máxima! A galera pode esperar um surf music com muito experimentalismo e dosagens lisérgicas de noises e delays. Mais uma vez agradeço em nome da TDP e espero que todos divirtam-se. Valeu!


Entrevista: Jorge Luis
Edição: Priscila Moura
Arte: Fellipe Medeiros


quinta-feira, 5 de novembro de 2015

ENTREVISTA: ZECA VIANA (RECIFE - PE)

Uma já popular frase retirada de um certo filme francês diz que "são tempos difíceis para os sonhadores". Mas para Zeca Viana, músico da capital pernambucana, o sonho compartilhado por tantos músicos mundo à fora de ter controle sobre a própria arte sem interferências mercadológicas, se materializou num disco produzido de forma independente, num processo que beira o artesanal.

Com influências que envolvem temas como filosofia, discos voadores, teatro e lo-fi, Zeca conversou com a gente sobre o caminho percorrido até o resultado final do álbum Estância, a amizade com os caras da Verdes & Valterianos e, lógico, sobre o que está esperando da apresentação no primeiro dia do Capibaribe in Rock.



CIR - Esse ano você lançou o disco Estância, num processo de produção completamente independente. Como foi esse processo?

Zeca - Depois que voltei de São Paulo decidi parar de tocar ao vivo e passei dois anos focado em estudar sobre produção, ler sobre mixagem e aprofundar minhas noções de masterização. Ainda cheguei a fazer dois shows de lançamento do meu segundo álbum “Psicotransa”, mas logo depois decidi parar de vez. Estava rolando um clima estranho na época, sabe aquele ditado que diz que em Recife um caranguejo quer subir em cima do outro para aparecer? Pois é, tinha passado alguns anos em São Paulo, tido algumas experiências legais nos EUA, Canadá, conhecido muita gente bacana que curtia fazer música pela música e na volta para Recife estava sentindo esse climão estranho no ar e achei melhor me isolar de tudo para me reencontrar e amadurecer um novo som. Aos poucos fui estruturando o home studio Recife Lo-fi no meu quarto e gravando sons nas ruas do bairro. Estava com a ideia de fazer um disco instrumental com paisagens sonoras. Como estava sem grana, arrumei um trabalho desses no comércio e aos poucos fui trazendo o meu equipamento de volta de São Paulo. Ainda teve nego que veio falar “nossa, olha lá Zeca, nada haver, trabalhando 8h por dia como vendedor de livros”. Achava isso muito bizarro, umas pessoas que se dizem “independentes” sendo sustentados pela família e esperando que eu vivesse sem trabalhar. Meus amigos dos EUA trabalham em outras coisas, postos de gasolina, depósitos e fazem som e é algo super normal. Enfim... Já estava totalmente fora da cena da cidade, interessado em outras lógicas, e aos poucos fui me reestruturando financeiramente, reencontrando meu caminho e foram surgindo músicas, refrões, trechos de letras e fui gravando tudo até o dia em que, não sei bem por que, li o significado de Estância como um “lugar onde se está ou permanece, divisões poéticas de uma obra”, então sabia que tinha encontrado o nome do disco e o rumo conceitual para um novo álbum.

CIR - Você tem tocado bastante com os caras da Verdes & Valterianos e inclusive vão tocar na mesma noite do Capibaribe in Rock. Como está sendo essa parceria? Rola trabalho conjunto?

Zeca - Sim, é uma parceria que vem dando muito certo e acho que a amizade é o grande trunfo para os sons rolarem de forma natural. Logo depois que terminei o disco fui sentindo que era hora de voltar a tocar ao vivo e convidei Gonzaga (baixo) e Nívea (teclado) para uma reunião sobre essa ideia. Acho que a simbiose foi imediata e começamos a trabalhar juntos com os outros verdinhos Thiago Barreto (bateria) e Diego Blues (guitarra). A gente focou em ensaiar aqui em casa, sem se preocupar com hora de estúdio, e a coisa foi fluindo muito naturalmente. Eles deram uma cara massa para as músicas, fomos trabalhando as ideias em conjunto e fechamos um repertório que passa por todo o meu trabalho com um pouco dos três álbuns. O resultado está sendo sentido no palco, estamos formando um público massa com pessoas que estão se tornando nossos amigos também e fica aqui o convite para a moçada chegar junto no Capibaribe in Rock e sacar esse som ao vivo.

CIR - O projeto Recife Lo-Fi (coletânea online com trabalhos de artistas nacionais e internacionais, principalmente caseiros) é de sua autoria. Qual a sua relação com esses artistas?

Zeca - Criei o projeto em 2010 para divulgar artistas da cidade que gravavam em casa. Acho que foi massa por ter sido a primeira coletânea da cidade que divulgava gravações de celular, câmeras caseiras, de baixa qualidade, dando espaço para um tipo de linguagem que não era muito valorizada. Quando foi lançada pelo TramaVirtual chegou em 500 mil players no total e muita gente começou a olhar de novo para a cena da cidade. Hoje venho conhecendo pessoas de outros países interessados na coletânea. Já participaram bandas dos EUA, França e Portugal, além de outras cidades do país. Para mim é um grande prazer fazer essa coletânea por que faço realmente por amor, gosto de ouvir coisas novas, me surpreender. O projeto também virou uma oficina de gravação caseira que já ministrei no Festival de Inverno de Garanhuns e no Coquetel Molotov (na cidade de Belo Jardim) compartilhando conhecimentos sobre mixagem e masterização e um pouco do meu processo de produção gravando músicas em sala com os alunos. Uma novidade massa é que recentemente fechamos parceria com um programa de rádio transmitido na Califórnia, Ontario (Canadá) e Nova Iorque chamado Lo-fi Meltdown. E vamos seguindo para o Volume V, posso adiantar que vai rolar uma dupla dos EUA e uma cantora do Japão.

CIR - Você estuda Filosofia, não é? Qual a relação disso com o teu trabalho?

Zeca - Estou me formando em breve, mas já dou aulas de Filosofia via PIBID pela UFPE. Acho que a leitura, de uma forma geral, sempre me influenciou, sempre gostei muito de ler sobre diversos assuntos: música, ficção-científica, ufologia, cinema, etc. Gosto mais especificamente de Estética (Filosofia da Arte), Metafísica e Filosofia da Música. Recentemente apresentei um texto chamado “Apolínio e Dionisíaco: o espírito da música em Nietzsche” em um encontro da UFPE. Acho que as artes se encontram na Filosofia de uma forma única por que é possível pensar seus fundamentos, os conceitos de verdade e mentira, de imitação, originalidade, enfim, é um campo eternamente fértil. Mas muitas outras coisas me influenciam como o cinema, a pintura e, principalmente, esse teatro que podemos recriar diariamente que é a nossa vida.

CIR -  Quais as expectativas para o show no Capibaribe in Rock? Já conhecia o festival?


Zeca - Conhecia de nome. Já é um festival sólido, com várias edições realizadas e que tem um calendário anual massa, firme. Tenho admiração pela garra que o pessoal tem na produção e tenho certeza que vai ser um show incrível por que estamos com muita vontade de conhecer a cidade e tocar essas músicas ao vivo. Esperamos todos lá para dividir essa noite de festa com a gente, é importante esse fomento da música independente, de formação de público, da circulação da produção pernambucana, vai ser uma noite linda, convidem os amigos e vamos todos lá curtir essas good vibrations!

Entrevista: Priscila Moura

Foto: Zeca Viana

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

ENTREVISTA: STONE BREEZE (SURUBIM - PE)

Composta basicamente por ex-integrantes de uma das bandas seminais da cena de Surubim - PE (a Hanagorik), a Stone Breeze faz um som com influências que vão do Southern Rock ao Grunge. Os caras lançaram esse ano no Facebook um teaser com a prévia do primeiro disco da banda, que vai ser masterizado na Áustria por ninguém mais ninguém menos que Christopher Roither, da banda de hardcore Hindoslem.

O palco do Capibaribe in Rock foi o cenário escolhido para a estréia da Stone Breeze, que toca no primeiro dia do festival. O blog conversou com a banda para saber das novidades e adiantar o que está sendo preparado para o grande dia do show.



CIR - Sabemos que alguns dos membros da banda fizeram parte da épica Hanagorik, mas o que você pode nos contar da Stone Breeze? Como surgiu o projeto e quem são os membros?

Tuca Araújo - Desde o final do Hanagorik fomos musicalmente cada um para um lado, mas sem se comprometer com nenhuma banda fixa pois depois de 21 anos juntos a última coisa que pensávamos era estar de novo em uma banda. Pessoalmente nunca ficamos afastados, pois nossa amizade é de infância e a banda foi uma consequência dela e não o contrário. Depois de um hiato de quase 5 anos com projetos paralelos, sentimos a necessidade de estar juntos novamente numa banda de verdade, então surgiu o Stone Breeze. A banda é formada por mim, Tuca Araújo, (Guitarra), Tontonho Gomes (Baixo), Jones Villar (Vocais), Wagner Melo (Teclado) e Eduardo Souza (Bateria).

CIR - Quais as influências da Stone Breeze?

Tuca Araújo - Acho que o Stone Breeze é influenciado pelo bom e velho Rock and roll e tudo que demanda dele. Você vai encontrar influências do Britpop, do South Rock americano dos anos 70, de bandas como Stone Temple Pilots, Soundgarden e Pearl Jam; e obviamente de bandas mais pesadas, como o próprio Hanagorik, porém isso é amalgamado de tal forma que nada é nada e tudo é tudo.

CIR - Como os membros mais velhos da banda estão se sentindo em relação a finalmente voltarem aos palcos? 

Tuca Araújo - É uma sensação muito boa voltar a sentir aquela velha ansiedade de preparar um cd, ensaiar e montar um show, é claro que fazer nossa estreia no Capibaribe é carregado de significados pois temos um carinho especial pelo festival e por Beto Skin que é nosso brother a muitos anos então nada mais perfeito.

CIR - E os mais jovens? Provavelmente além de honrados, eles devem estar loucos para dividirem os palcos com caras que eles consideram ícones e mestres.

Wagner Melo - Nos sentimos sim, honrados e bastante animados com o convite para trabalharmos juntos e dividirmos os palcos com caras que temos como referência no que fazem no meio musical.

Tuca Araújo - Nós é que estamos muito alegres em tocar com caras tão novos e de um talento fantástico, acho que é uma troca musical muito saudável e temos ambos a ganhar com isso.

CIR - Por fim, qual a expectativa da banda em relação ao show de estreia, que será justamente no Capibaribe in Rock deste ano?

 Tuca Araújo - As melhores possíveis! Esperamos encontrar pessoas dispostas a se divertir e escutar boa música. Pelas experiências passadas no festival, sei que Santa cruz tem um dos melhores públicos para eventos desse porte. Nosso cd está sendo mixado no momento e será masterizado na Áustria por Christopher Roither, da Hindoslem. 
Então fica o convite para curtir nossa pagina no Facebook (https://www.facebook.com/stonebreeze) e ficarem por dentro das novidades.


Entrevista: Jorge Luis
Edição: Priscila Moura
Foto: Stone Breeze

 

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

ENTREVISTA: LE FREAK (SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE - PE)

Com um show já tradicional no Capibaribe in Rock, a Le Freak soma anos de estrada e uma história de luta pela manutenção da cena alternativa em Santa Cruz do Capibaribe. Apesar de um tempo respeitável apoiando a cena na cidade, só esse ano a banda de indie rock lançou seu primeiro EP. Nós convidamos o vocalista Betto Skin e o baterista Renato para um bate papo sobre o novo trabalho e o que está sendo preparado para o público fidelíssimo ao evento e à banda.


CIR - A Le Freak lançou recentemente o seu primeiro EP. O que vocês podem nos dizer sobre esse material novo?
Betto Skin -  Apesar de serem canções que estão no repertório há bastante tempo, só agora com a estabilidade que a banda conseguiu com essa atual formação, foi que nos sentimos seguros de lançar esse trabalho. Achamos um produtor legal (Rafael Borges, que além de ser um excelente músico é um cara que saca muito de técnicas de estúdio e produção) que captou a essência garageira da banda. Enfim, ficamos muito satisfeitos com o EP.
CIR - Como vem sendo o retorno do público não somente com o EP mas com todo o trabalho feito pela Le Freak?
Betto Skin -  Acho que o cenário alternativo impõe isso, do cara ter que esperar 5, 10 anos para ter seu som descoberto. Mas é isso que nos deixa satisfeitos, aos poucos ser descobertos pelo público underground nos faz muito bem. Somos caras que não dependemos da música em si para sobreviver financeiramente, mas dependemos dela para sobrevivermos como pessoas e aceitar as diversas diferenças impostas pelo dia a dia.
CIR - Na sua opinião, qual a importância de eventos como o Capibaribe in Rock para o movimento underground e alternativo?
Renato - O CIR é o embrião que germinou e sobrevive até hoje disseminando a cultura underground local e dando oportunidade a vários artistas de mostrar o seu trabalho para uma massa, seja ele na música, nas artes plásticas e cênicas ou na literatura escrita e verbal. Digo isso pois todo o evento engloba debates de diversos temas, exposições, apresentações, sessões de cinema entre outros. Claro que a música engloba maior parte do evento, por isso buscamos abrir espaço para a música autoral, o verdadeiro trabalho que mostra a essência de cada artista ou banda. É o maior evento da cena rock e alternativa local até o momento, afinal 18 anos é tempo pra c******. O CIR alcançou sua maioridade.
CIR - A Le Freak já é marca registrada no Capibaribe in Rock, o que podemos esperar da banda agora, após o Lançamento do EP?
Renato - Bem, a acho que muitas bandas já disseram isso que vou dizer, inclusive os sertanejos sempre usam esse argumento. "A Le Freak é uma família" mas é de verdade no nosso caso. Estamos maturando uma forma de fazer música nervosa e eletrizante, buscando passar mais energia para o nosso público, sem muitos artifícios, mas com elementos singulares como as guitarras mirabolantes de Alberto ( Leitãozinho), as dissonâncias vocais de Betto Skin, os chorus saturados de Charles, a calmaria nos graves de Lamark e minhas batucadas imprevisíveis de bateria. É uma sopa de elementos que trazem uma música autoral com letras fortes, mesmo que cantadas em inglês. Esperamos agradar um maior número de pessoas, afinal, todo ano o público aumenta e novos ouvintes estão por vir. Pra quem gosta de indie rock, é uma boa recomendação.
CIR - Qual a expectativa da banda pra mais uma apresentação no Capibaribe in Rock?


Betto Skin -  A melhor possível, com certeza será um show energético e com novidades!

Entrevista: Jorge Luis
Edição: Priscila Moura
Foto: Le Freak

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

ENTREVISTA: EFÊMERA (GARANHUNS - PE)

Direto de Garanhuns, cidade conhecida pelo festival anual de inverno, a Efêmera é uma banda alternativa que tem pouco mais de um ano de vida, mas já coleciona inúmeras conquistas junto ao público.

A banda, que foi a grande vencedora da promoção Batalha de Bandas do Capibaribe in Rock, promete trazer um show especialmente preparado para o público de Santa Cruz do Capibaribe e, claro, para os fãs sempre fieis que ajudaram a Efêmera a conquistar uma vaga no festival. O blog conversou com o vocalista Ciço Poeta sobre a cena de Garanhuns, fita cassete e o disco novo, Zarpar. Confere aí.


CIR - Você são de Garanhuns, cidade bastante conhecida pelo festival de inverno. Como é a cena alternativa atual da cidade?

EF - A cena de alternativa de Garanhuns é muito grande, temos muitos artistas bons, muitos mesmo, bandas que mereciam destaque nacional, seja no rock, raggae, no rap e na música regional, porém temos pouco espaço e geralmente os eventos que rolam na cidade são na maioria gratuitos, pois os poucos espaços para eventos que temos na cidade são muito pequenos e não oferecem uma boa estrutura. Mesmo assim Garanhuns continua produzindo e exportando muita música na cena alternativa.
Garanhuns é conhecida como a cidade do Festival de Inverno, porém os artistas da cidade e região não tem a visibilidade e nem o respeito que merecem, na ultima edição do FIG pouquíssimos artistas da cidade conseguiram entrar na grade do festival, mas não foi por falta de mérito cultural, foi por falta respeito da nossa Secult, que impôs um cachê limite com um valor baixíssimo para os artistas da cidade e tratou a todos com desprezo. Já faz muito tempo que o Festival de Inverno de Garanhuns se tornou o Festival de Inverno da Fundarpe, por isso só os artistas do Recife tem preferência.

CIR - No primeiro semestre do ano vocês lançaram o primeiro álbum de vocês, com elementos ligados ao indie e alternative rock. Quais as influências da banda?

EF - As primeira influências da banda foram a Trummer SSA, do grande Fabio Trummer (banda Eddie), e a banda O Terno, as quais eu, Ciço Poeta, conheci durante uma das apresentações do FIG em que me apresentei com outra banda (a Tatu Goiaba). Desde então fiquei ligado naquele som e no outro mês eu pensei, tenho que fazer um trabalho assim. Comecei a ouvir O Terno, a Trummer SSA, Vivendo do Ócio, Vespas Mandarinas, Arctic Monkeys, Kongos, Katastro, e a Banda do Mar. Essas foram as influências para iniciar as composições, quando a banda foi formada, eu já tinha feito 3 músicas, foi então que as influências dos demais membros começaram temperar o projeto, as influências vieram de Raimundos, Charlie Brown Jr, Nação Zumbi, Pitty, Barão Vermelho, Medula, Red Hot, Nirvana... Enfim, uma porrada de banda de rock que sempre fez um som alternativo.

CIR - Vocês lançaram o Zarpar também em formato K7 (cassete). Como é a relação da banda com essa volta de formatos antigos de distribuição, como o vinil e o próprio cassete?

EF - Quando pensamos no projeto de rock alternativo, pensamos na cena alternativa em si, ou seja, no movimento independente. Todo o disco foi produzido de forma independente. Hoje temos a tecnologia que facilitou muito a vida das bandas que seguem essa linha, porém antigamente, digo a uns 20 anos atrás, a coisa era diferente. A forma que as bandas tinham para produzir seus álbuns independentes era o K7, daí o famoso termo “fita demo”. Por isso pensei em trazer um pouco desse resgate histórico e usar as fitas.
O álbum todo foi gravado de forma digital, a gravação das fitas foi apenas a conversão do áudio digital para o analógico usando um gravador antigo. Pensamos também em fazer no formato de vinil, porém o vinil custa muito caro e não cabe ainda no nosso orçamento. Já as fitas cabem perfeitamente. Tentamos fazer contato com gravadoras que trabalham com esse formato aqui no Brasil, porém não tivemos resposta de nenhuma delas, daí fizemos nós mesmos. Por enquanto a fita é apenas um souvenir da banda e ainda não está a venda, mas a partir do próximo ano teremos uma tiragem legal de fitas e poderemos por a venda.

CIR - A Efêmera foi a grande ganhadora da Batalha de bandas, promoção que garantiu a participação da banda no Capibaribe in Rock 2015. Quais as expectativas para o show?

EF - Estamos muito animados pra esse evento! Essa será a terceira apresentação da Efêmera, mas já somos bem acostumados com os palcos e montamos um show bem elaborado para o Capibaribe In Rock.

CIR - Os fãs foram decisivos para essa conquista (Batalha de Bandas). Como é a relação de vocês com essa galera?

EF - Sim, os fãs foram totalmente decisivos para essa conquista. Nossa relação com os fãs é muito bacana, pois mesmo a banda tendo feito poucos shows e tendo apenas um ano de formação, muitas pessoas já conhecem nosso trabalho, inclusive de outros projetos, como a Tatu Goiaba que tem Ciço Poeta e Rafael Felipe e a PE-5 que fazem parte Cezar Oliveira e Jameson Patrych, além de outros projetos de cada membro. A maior parte das pessoas conheceu a banda pela internet, e isso nos deixou muito felizes. Antes de lançar o álbum apresentamos duas músicas e a resposta foi bem positiva. Quem ouviu as músicas ficou bem ansioso pelo álbum. Cada membro da banda e seus familiares pediu para que os amigos ajudassem a banda na batalha, mas muitos votos vieram de fãs que não conhecíamos, inclusive de muitas pessoas de Santa Cruz do Capibaribe que ouviram o som, gostaram e chamaram os amigos para conhecer e ajudar a levar a banda ao evento. Esse envolvimento foi muito bonito, muitas pessoas passaram a conhecer a banda a partir do concurso, por isso somos muito gratos a todos que nos ajudaram.

Entrevista: Priscila Moura
Foto: Efêmera

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

ENTREVISTA: VERDES & VALTERIANOS (RECIFE/OLINDA - PE)

Com um som que promete fazer o seu esqueleto vibrar involuntariamente, a Verdes e Valterianos faz parte de uma cena em constante movimento e reinvenção em Pernambuco, conhecida por revelar grandes bandas no país.

Munidos de influências que vão do folk ao psicodélico, sempre flertando com nuances vibrantes e letras cheia de sarcasmo, a banda que nasceu no meio do caminho entre Recife e Olinda trás seu show pela primeira vez ao palco do Capibaribe in Rock. O baixista Diego Gonzaga topou um papo com a gente sobre a cena pernambucana, extraterrestres no Recife Antigo e, claro, as expectativas para o festival.



CR - Qual a origem do nome Verde & Valterianos?

V&V - Digamos que o nome da banda surgiu antes do nascimento da banda:
Certa noite estávamos: Diego Blues (guitarra), Matheus Pinheiro (voz) e Eu (Diego Gonzaga), bebendo em uma barraca na rua da aurora (Barraca do Jesus), estávamos batendo um papo quando um senhor de mais ou menos uns 95 anos, bem arrumado, com o cabelo penteado com maestria, começou a puxar um papo, contar umas historias (Sabe aquelas histórias de coroa que sempre se dá bem na malandragem?).
Já perto da meia noite o coroa falou que tinha que ir embora, começou a ficar meio nervoso, saca? começou a falar que precisava partir, que iria acabar perdendo sua carona e o mais doido de tudo: Começou a falar um papo de ter sido abduzido por um povo de outro planeta chamado Valterio, que orbitava a estrela Alpha Centauro A e que todos nesse planeta tinham a pele verde e brilhante. Começou a contar que os habitantes do planeta eram pacíficos, gostavam de boa musica, que a força motriz do planeta eram as pernas de seus habitantes que em momento algum poderiam parar de caminhar...
Depois de contar essa história o  coroa tomou sua última lapada de cana e saiu andando até sumir na distância.
Isso é do que lembramos depois de alguns goles de breja, daí resolvemos homenagear esse coroa.
HAHAHAHAHA!    

CR - O som de vocês tem influências que vão do folk ao psicodélico. Como vocês definem o som da Verdes & Valterianos?

V&V - Na verdade, a gente nem busca tanto uma definição pro som da banda, tocamos algo ligado ao que nos influência musicalmente  que vai de Tom Zé à Stevie Ray Vaougham, de The Pretty Things à Milton Nascimento; principalmente a musica brasileira das décadas de 60 e 70. A idéia é tentar fazer algo que nos faça sentir bem e que traga alguma energia também a quem nos escuta sem forçar a barra. Fazemos tudo isso com a nossa cara mas sem uma cara, saca? A definição, na verdade, vem de quem nos escuta ou vê nosso show. Sempre vai existir uma definição diferente, já que a musica é viva e sempre ganha novas caras. Os Beatles por exemplo começaram como " Os reis do Iê Iê Iê" e terminaram como uma das bandas mais influentes do rock Psicodélico.

CR - Vocês fazem parte de uma cena marcada pela mistura de rock com elementos regionais e que ganhou bastante visibilidade com o mangue beat, há cerca de duas décadas. Como vocês descrevem a cena atual de Recife e Olinda?

V&V - Muita coisa bacana acontece e não só nesse eixo Recife/Olinda, Pernambuco é um berço cultural/Musical muito forte não só no main stream como no Undergroud o que inclusive foi tema de capa da revista Continente da edição se setembro. A idéia do " Faça você mesmo" é algo muito forte e isso mantém a chama. Existe ainda em algumas situações aquela ausência de "Virar os Olhos" pro que é de casa , mas a idéia é buscar essa espiadela. Coisas acontecem, músicas nascem. Temos festivais muito bons, alguns estão entre os principais do país e outros que ainda vão chegar lá...Além disso, mesmo com algumas divergências, existe uma união em prol de um bem maior que é de fazer a coisa acontecer.

CR - Em Março vocês lançaram online o single Mr. Superior, além de participar de iniciativas que levam música de forma gratuita para o público e também de participar de vários shows no meio universitário. Como é a relação da banda com essa questão da divulgação e da música free?

V&V - Hoje vários músicos pelo mundo utilizam a divulgação free de sua música e não só novos músicos. Para nós que somos uma banda ainda "bebê", não há outra forma de mostrar nosso trabalho. Hoje, com várias ferramentas digitais que possibilitam essa divulgação ganhamos um espaço muito bom, apesar dessa divulgação ser on demand. Em outras épocas se pagava pra ter sua música divulgada e o fato de existirem pessoas que ouvem sua música apenas pelo prazer de ouvi-la é algo muito gratificante.
Sobre os shows, a vida de músico é muito difícil (risos), porém, todos já passaram por isso mas é com esse trabalho "gratuito" que temos a oportunidade no inicio de mostrar e de fazer valer apena nosso esforço. E é por consequência disso que teremos o retorno. Hoje, com a tecnologia, temos uma produção e divulgação muito grande de conteúdo musical e provalmente não  um grande consumo se tivéssemos que pagar por tal.

CR - Quais as expectativas para o Capibaribe in Rock 2015? Já conheciam o festival?

V&V - Bom, conhecemos o festival a um tempo inclusive. Já tínhamos a vontade de participar  com um de nosso antigos projetos, porém acabou que o projeto acabou (risos). Nívea e Diego Gonzaga já foram uma vez sacar o evento e gostaram muito do que viram, gostaram da ligação que o publico tem com o evento e da energia que circula o lugar. Uma das coisas mas bacanas é que viram vários cartazes colados pela cidade, uma verdadeira invasão.

A idéia de tocar fora do eixo Recife/Olinda é algo muito interessante, o publico tem outros olhares, outras exigências, etc. Inclusive esse será o nosso primeiro show fora de Recife e mesmo tendo feito alguns shows bem bacanas, rola uma expectativa de como seremos recebidos, saca? O Capibaribe In Rock é um festival de tradição, buscaremos levar e trazer algo que fique em nossas memórias. 


Entrevista: Priscila Moura (@blue_journalist)
Foto: Verdes & Valterianos

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

CAPIBARIBE IN ROCK ENTREVISTA: BETH MORFINA (SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE - PE)

Surgindo com o fim da banda TR7, a Beth Morfina promete vir com tudo para o Capibaribe in Rock 2015, mostrando sua vibe punk rock e também as músicas que compõe o EP “Nada Além”, lançado esse ano pela banda e que tem sido recebido com elogios.

Conversamos com o vocalista da banda, Alex, que junto de Marcos Malta no baixo, Daniel Alves na Guitarra e Reyner Figueiredo na bateria, estão loucos para mostrar seu som e quebrar tudo!



CIR - Sabemos que os membros da Beth Morfina fizeram parte da TR7 num passado bem recente. Quais foram as mudanças entre as bandas?

BM - As mudanças começam logo pelo gênero da banda. A TR7 era pop rock, decidimos então montar a Beth Morfina com influências do punk, do grunge e do rock n' roll clássico. Bandas como Titãs, Camisa de Vênus, Devotos, Nirvana, são fortes influências.

CIR - Vocês acham que o Punk Rock é um estilo musical que ainda precisa de espaço na nossa região?

BM - Cara, falta espaço para o punk assim como pra todas as outras vertentes do rock, da música alternativa. Acho que falta um movimento punk por aqui. A galera se mobilizar na onda do “Do It Yourself”, o faça você mesmo como conhecemos, meter a cara e fazer um som, um som próprio, de atitude.

CIR - A Beth Morfina lançou o EP "Nada Além" recentemente. Como vem sendo o retorno do pessoal em relação ao EP?

BM - O retorno mais massa que se possa imaginar. A galera tem curtido bastante e sempre nos procuram, falam das músicas, de suas favoritas e isso é muito massa. Recebemos elogios de caras como Paulo Miklos (Titãs), Clemente Tadeu  (Inocentes, Plebe Rude). Tem sido bem massa.

CIR - A gente falou de movimento alternativo agora há pouco, na sua opinião, qual a importância de eventos como o Capibaribe in Rock para o movimento?

BM - Eventos como o Capibaribe in Rock são a salvação de bandas alternativas. O CIR foi o evento que me fez querer ter uma banda e me fez ver que teria onde tocar. Eu sempre digo, se um evento como esse acaba, muita banda acaba junto.

 CIR - Por fim, qual a expectativa de todos os membros da Banda e o que o público pode esperar para o show da Beth Morfina no Capibaribe in Rock 2015?


BM - A expectativa é a melhor! Contando os dias, querendo que chegue logo! A galera pode esperar um show bem nervoso, um show louco! Estamos animados! (risos).

Entrevista: Jorge Luis
Edição: Priscila Moura
Foto: Beth Morfina