terça-feira, 16 de outubro de 2012

Entrevista - Hindoslem

Entrevistamos por e-mail, o baixista Christopher Roither.
Tradução: Tuca Araújo (Hanagorik)
1) Em que ano a banda foi formada? Principais influências?
Eu e Michael fazemos música juntos desde a idade de 15. Há exatamente 17 anos. Hoje estamos com 32 anos. Talvez estejamos muito velhos para bancarmos os jovens rebeldes. Mas, nós realmente trabalhamos duro para nos tornar velhos amargurados. Ou, deixe-me explicar isso de outra maneira "Eu era garoto com alguns problemas, mas agora eu sou um homem com mais problemas." Com certeza a maior influência para o som do Hindoslem é uma banda sueca chamada "Nine". Boa música, se você tiver a chance de vê-los.
2) Integrantes atuais?
Os atuais membros do Hindoslem são Michael Jovonovis, Christopher Roither e Alex Kerbl.
3) No álbum ‘’The haste, the calm and the glorious days’’, apesar de canções soturnas, a banda apresenta uma sonoridade muito mais pesada em relação ao ‘’The year of tainted visions’’, que traz canções mais leves, como ‘’11 Pm’’ e ‘’A man’s walk’’. Falem um pouco desta mudança na sonoridade.
Em ambos os álbuns voce encontra melodias suaves e pesadas. Em “The haste, the calm and the glorious days” usamos algumas trilhas de filmes. Eu acho que tão bem resolvido como o nosso primeiro álbum, no entanto, existem grandes canções ali. Estas canções realmente significam algo para mim.
4) As letras falam de que? A capa do ‘’The haste...’’ remete a um possível caos humano, com a terra sendo banhada em sangue. Vocês acham que a humanidade está preste a ter seus ‘’dias gloriosos’’? De que forma?
“Stormy winds may blow, the ocean waves roll, we confess us to the sea.” A maioria das músicas dizem: Nosso mundo é uma merda, mas é necessário resistir e lutar pelas coisas em que você acredita. É como na música da banda “Survivor” (Do hit ‘’Eye of the tiger’’): "Não perca o seu controle sobre os sonhos do passado. Você deve lutar para mantê-los vivos. É o olho do tigre, é a emoção da luta. " A capa deveria mostrar o logotipo universal invertido. Este álbum foi uma coisa meio do it yourself. Eu gravei a maioria das faixas no meu apartamento. “Os dias de glória para a humanidade já estão aqui” ... por exemplo, somos capazes de visitar nossos amigos no Brasil. Isso não é glorioso?!
5) Estão prepearados para o calor tropical?
Sim! mas e o clima quente e tropical, estarão prontos para o Hindoslem?
6) E o show, é uma mescla dos 2 álbuns da banda?
Sim! Também material do próximo EP “The last strike of the Rhinoceros”. Colocamos alguns sintetizadores anos 80 estranhos em nossas novas músicas e estou muito curioso para saber se os brasileiros gostarão dessa mistura estranha ou irão nos colocar pra correr do palco!
7) Como conheceram o Hanagorik e o que acham deles?
Eu organizei alguns shows para a Hanagorik Europeantour em 2003. Eles tiveram um intervalo de duas semanas sem shows. Eu lhes ofereci para ficar no meu apartamento. As semanas que vivemos juntos foi uma coisa única na minha vida. Foi muito divertido, tivemos momentos mágicos juntos. Coisas como essa acontecem. É uma honra visitá-los depois de todos esses anos.
Clips
(Para visualizar, copie e cole no seu navegador)
11pm
http://www.youtube.com/watch?v=15jsNJhcmD8
Schoolsout!!
http://www.youtube.com/watch?v=Er8sH0cyOMM
Shadows
http://www.youtube.com/watch?v=J5T-GSVJbxw&feature=related

Entrevista - The River Raid

Formada em 1996 por jovens amigos universitários aficcionados por Stooges, Sonic Youth, Violent Femmes, Radiohead e música brasileira dos anos 60: Tom Jobim, Mutantes, Roberto Carlos...
Com shows intensos, pelo Recife, região e outros estados, recheados de muita microfonia causadas pelo som intenso e poderoso concebido pela junção 3 guitarras, e muita psicodelia (abriram vários shows com ‘’Interstellar overdrive’’ do Pink Floyd), o som garageiro do grupo recebe bons elogios do público e da crítica, sendo inclusive citados pela extinta revista ShowBizz.
Dois anos depois lançam o álbum de estreia ‘’The River Raid’’, que recebe bons elogios da crítica especializada, inclusive do exterior: Rolling Stone, Spin Magazine, Guitar Player.
O reconhecimento do público cresce ainda mais quando vencem um concurso da MTV Brasileira com o clipe da canção ‘’2030’’.
Em 2007, o single ‘’Time up’’ aparece em coletâneas do exterior: nos EUA através dos selos Sonicbirds e Shatter Records e na Inglaterra pelo Stay in the Box. A banda já se apresentou nos mais importantes festivais da América do Norte: The Atlantis Music Conference (Atlanta, Georgia), Canadian Music Week (Toronto, Canada), Florida Music Festival and Conference (Orlando, USA), and North By North East (Toronto, Canada), e South by Southwest (Austin, TX) e CMJ (New York, NY), tornando-se uma das mais importantes bandas do cenário independente.
São elogiados por Robert Smith (The Cure), Julian Casablancas (The Strokes), Frank Black (Pixies) e pelo ‘’killer’’ Jerry Lee Lewis, que formavam o júri de um concurso realizado na internet em 2008, o ‘’People’s Voice’’.
A banda toca em vários festivais pelo Brasil: Abril Pro Rock (Recife), REC Beat (Recife), Bananada (Goiânia), Ponto CE (Fortaleza), Se Rasgum no Rock (Belém), Festival Do Sol (Natal), MADA (Natal) e Aumenta que é Rock (João Pessoa), enquanto prepara o 2º album.
Em 2009 é lançado ‘’In a forest’’, produzido por Rodrigo Coelho e mixado/masterizado por John Cornfield, que traz as belíssimas ‘’Alright’’, ‘’Hurricane’’ e ‘’Radiator woman’’, e os rockaços ‘’Black finger’’ com ecos de Southern Rock, ‘’Syr Psycho’’ e ‘’Lost way’’, demonstrando o som forjado por anos de experiência.
Atualmente a banda é formada por: Ricardo Leão (guitarra e voz), Eduardo Pereira (baixo), Gilberto Bezerra (guitarra e sintetizadores) e Pedrinho Pacheco (bateria), este último ex-Vamoz! e o único que já tocou por aqui em 2003 (Capibaribe in Rock) e em 2007 (ECA-Encontro de Cultura e Arte), com sua antiga banda.
Tive o prazer de assistir a uma apresentação destes caras em 1998 no festival PE no Rock, e a introdução foi justamente com a música da banda de Syd Barrett (fato este copiado pela Projétil Lisérgico, minha primeira banda, no CiR de 1999). O que vi foi o show de uma das melhores bandas surgidas na cena underground do Estado, e que na minha opinião forma com Supersoniques e Badminton, a Santíssima Trindade do Rock Alternativo de Pernambuco.
Entrevistamos Pedrinho Pacheco, baterista da banda.
1) Percebe-se a bela evolução sonora da banda, através de ricos arranjos e também do uso de sintetizadores. Para onde mais o som da banda pode evoluir?
O som vai evoluindo todos os dias. Tocando, ensaiando passando o tempo juntos, vamos conversando e assim amadurecendo a cada disco que faremos.
2) Hoje a banda também traz referências de contemporâneos como Strokes, Arctic Monkeys, Hives. Que bandas mais agradam a vocês no cenário atual?
Essa pergunta é meio difícil de responder, porque nos 5 cada uma pensa e tem as referências mais loucas do que a do outro, e o legal é justamente isso, pois quando nós juntamos as referências, saem as composições do River Raid.
3) Qual o festival mais importante na história do TRR?
Estivemos em vários festivais importantes, ganhamos no GBOB, representamos o Brasil em Kuala Lumpur na Malásia, depois de uma final no Rio de Janeiro no Circo Voador com as bandas concorrentes e a NAÇÃO ZUMBI, foi aluciante. Também tocamos no Festival de Nova Iorque, tocamos no Texas no SWSX que também foi alucinante, com o apoio da Levi’s, e o Canadian Music que também foi muito massa e conhecemos literalmente e ao vivo, Rob Krieger, guitarrista da lendária THE DOORS, entre outros.
4) Como será o repertório do show? E como está a expectativa de tocarem no interior do Estado? É a primeira vez que isso acontece?
Eu particularmente gosto de tocar aqui no Brasil até porque é a nossa casa, e tocar no Capibaribe in Rock será melhor ainda devido a tudo e a todos que estão envolvidos, pois é difícil cultivar esse trabalho de propagar a musica autoral, principalmente no interior do Estado. No meu caso será a 3ª vez que estou indo tocar aí.
5) Pedrinho, como é voltar a tocar por aqui depois de 5 anos, o que você lembra dos shows que fez por aqui, e como convencesse esses caras de nos darem a honra de tê-los neste humilde festival?
Porra, para mim é uma coisa mágica sacou? Porque além de baterista, sou produtor musical e sei das dificuldades que temos para fazer um evento desse sair da ideia para a realidade.
Todas as tocadas ai foram alucinantes. Brother tudo de bom e do melhor, as pessoas realmente gostam do rock e principalmente tem a cabeça aberta para verificar, pesquisar, ouvir sem discriminar, o público é cativo, tem calor humano. Pelos amigos que fiz isso é gratificante e fico honrado em mais uma vez revê-los e tocar o rock ‘n’ roll.
A banda como parceira abraçou o projeto para mostrar que a música autoral também é importante, não é porque não tocamos nas rádios que a música não presta, e sim pelo contrário.
A partir dai queremos que as pessoas vejam outra atmosfera que rola, seja na música, na literatura, isso força a galera a pesquisar e ampliar os horizontes, em relação a tudo que envolve a arte, desta forma tendo a oportunidade de abrir mais esse nosso universo e mostrar que tudo é possível quando você realmente quer.
Clip - Alright
http://www.youtube.com/watch?v=kGSk32s5vLs

Entrevista - Hanagorik

Conversamos com Tuca ''McArthur'' Araújo, guitarrista da banda Surubinense. Confira.
1) Depois de 21 anos de carreira, o que representa essa nova fase da banda?
Acho que depois de tantos anos juntos, hoje vivemos um momento mais sereno, alguns casaram e tem filhos, a percepção do mundo e das coisas acabam sendo afetadas por tudo isso e com certeza sua arte também!
2) A nova sonoridade remete ao lado mais pesado do Grunge: STP, Soundgarden. Mas também existem ecos de Stoner Rock, vide Queens of the Stone Age, Velvet Revolver, nesse novo rumo?
Cara, acho que voltamos ao início de nossa carreira depois de percorrer um longo caminho por um território mais pesado, coisas como Pearl Jam, Stone Temple Pilots e Soundgarden foram importantíssimos na formatação de nosso som no início, depois travamos contato com o Sepultura, Pantera e Metalica então ficamos mais pesados. Acho que agora nos reencontramos com o som que habita em nosso coração como essas bandas que citei, e também Beatles ,Sabbath, Zeppelin e Rock and roll em geral. O peso continua lá, porém mais como intensidade ao invés de barulho!
3) A entrada dos novos integrantes, Roberto e Mano, acrescentaram em que nessa nova guinada, afinal, eles são de geração diferentes? Com o que cada um contribuiu nisso?
Roberto (Mateus, Teclados) trouxe um lado que exploramos no início da carreira, mas que depois deixamos de lado que é o uso dos teclados como” textura e climas” sempre gostamos do uso desse instrumento por bandas como Deep Purple e Led Zeppelin, tendo cuidado para não exagerar, e sim usá-lo como mais um elemento que faça nosso som mais grandioso. Mano trouxe ‘’sangue novo’’ mesmo, tem apenas 16 anos e uma vitalidade que só a mera juventude pode justificar, e em um instrumento como bateria isso é mais que bem vindo.
4) Onde se encaixa os teclados, instrumento pouco usado pela banda nos últimos tempos, e que de repente aparece nos arranjos atuais?
O teclado numa banda como a nossa funciona como aquele jogador de futebol que aparece pouco, porém faz o time deslanchar na hora que é preciso, às vezes o “não tocar” é tão importante quanto meter a mão nas teclas.
5) A belíssima ‘’The winter song’’ também remete ao Britpop. Como não ouvimos todas as novas canções, imagino um som parecido com o Seahorses (banda do ex-Stone Roses John Squire, que faz essa mescla de peso com melodias), fundido com as influências mais pesadas já citadas, é isso?
Cara, como todo álbum do Hanagorik você vai encontrar músicas bem díspares, porém dentro de uma coerência que permeia todo o trabalho, se forem julgar ou imaginar o novo trabalho da banda por ‘’The winter song’’ vão dar com os burros n’água (risos), pois algumas contribuições minhas ou de Tontonho, por exemplo não tem nada a ver com a música citada.
6) O que as letras abordam atualmente? Tá todo mundo paz e amor, ou é só Gordinho (J. Jones, vocalista)?
As letras estão mais subjetivas até mesmo pelo som e pelos arranjos, quanto mais pesada a música a tendência é fazer letras mais diretas, porém quando se faz uma música como ‘’The winter song’’ por exemplo, levamos a coisa por um lado mais lírico mesmo.
7) O Hanagorik sempre foi referência no Metal em PE, sendo bastante elogiados pela crítica e principalmente pelo público? O que a banda adquiriu de experiência neste universo?
Ganhamos respeito, amizades e reconhecimento, o fan de metal é muito fiel e por isso mesmo, muito exigente e não aceita se você trilha outro caminho, mas jamais nos prendemos a isso, desde álbuns como Uncivil (1996) e For kids some with problems (1999) gravamos o que queríamos: baladas, ‘’Everybody knows’’ e psicodelismo ‘’Streets of Berlin’’, então acho que nossos fãs estão acostumados a encontrar coisas estranhas ao “mundo metal” em nosso trabalho, e é como sempre falo não gostou da música passa pra próxima faixa.
8) E quantos as ‘’viúvas’’ da velha sonoridade, você sabe que alguns torcerão o nariz, o que a banda tira de experiência disso?
Sempre fizemos música para nos agradar primeiramente, esses caras com quem trabalho há 21 anos e conheço há 30, são os críticos mais ferrenhos de sua própria música, para uma música passar pelo nosso crivo e sair em um álbum sempre foi e será uma guerra, desde os arranjos a letras. Nunca vimos música como uma ciência exata em que 2+2 são 4 e nunca nos prendemos a formas e estilos , quando quisemos fazer um lance mais metal fizemos o ‘’For kids..., quando resolvemos ser mais leves fizemos músicas como ‘’The noise’’, e quando resolvemos gravar ‘’Save a prayer’’ do Duran Duran é porque aquela canção tinha um significado emotivo para nós que vivemos os anos 80, então os que torcem o nariz para a “nova” sonoridade que de nova não tem nada, pois passeamos por todos esses lugares em algum momento de nossa carreira, recomendo que casem, tenham um filho lindo como eu, sejam menos xiitas, vivam a vida, pois como dizia o mestre George Harrison, “All things must pass”.
9) Como é voltar a tocar num festival onde vocês foram os principais incentivadores para que acontecesse? Como é ter um filho de 15 anos?
Primeiramente é uma honra e um prazer incrível ser amigo/irmão de seu criador, Betto Skin, nessa vida poucas coisas valem à pena e uma delas é a verdadeira amizade, o carinho que temos por esse careca é enorme e acreditamos ser recíproco. O festival está mais que consolidado e sabemos que é uma luta fazê-lo, porém não conseguimos imaginar mais a cidade de Santa Cruz do Capibaribe sem esse que é um grito de liberdade de expressão e uma peça de resistência do rock no interior, às vezes não temos idéia de nossos atos no momento em que estamos realizando, mas tenho a certeza que as futuras gerações do Rock em Santa Cruz e na região terão uma dívida com esse movimento e com pessoas como Roberto Oliveira (aka Betto Skin).
10) Como será o repertório do show? Será que pinta algum clássico ou alguma surpresa?
Surprise!!! Surprise!!!
Clip - The winter song
http://www.youtube.com/watch?v=PJPTtSQftbY&feature=share

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Capibaribe in Rock 2012 - 15ª Edição

Programação
Sábado, 10/11
22hs - Le Freak (SCCapibaribe)
23hs - River Raid (Recife)
00hs - Hanagorik (Surubim)
01hr - Hindoslem (Áustria)
Domingo, 11/11
15hs - Resíduos (SCCapibaribe)
16hs - Down of Death (SCCapibaribe)
17hs - Horda (SCCapibaribe)
18hs - Coberta de Mulambo (SCCapibaribe)
19hs - Calibre (SCCapibaribe)
Local: Sede da UESCC
Entrada gratuita

Capibaribe in Rock 2011, 20/11

Celebração do Dia da Consciência Negra no Brasil
Maracatu Capibaribe
Grupo Percussivo Som do Capibaribe
Jam Session