segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Entrevista: Calibre 765 (Santa Cruz do Capibaribe - PE)

A Calibre 765 é uma das bandas que figuram no hall de propulsoras da cena underground de Santa Cruz do Capibaribe. Com letras que costumam refletir sobre realidade social, a Calibre é bastante respeitada e admirada por músicos e público da cidade. O blog conversou com o guitarrista Marcos Mota, que nos falou sobre a cena atual de Santa Cruz, entrada de novos membros e, como não podia ser diferente, o show no Capibaribe In Rock 2014.


Como a Calibre surgiu?

Marcos Mota: Calibre surgiu nos ensaios das bandas Carcinose e Le Freak (na época Projetil Lisérgico). Foram nesses ensaios que encontrei Carlinhos e Pedrão, que estavam com a ideia de formar uma nova banda.  Então, chamamos Wellinton (se escreve assim mesmo) para tocar baixo e Cari para a bateria, logo depois Fábio Xavier assumiu as guitarras ao meu lado. Essa, então, foi por muito tempo a formação da Calibre 765. Depois de algumas idas e vindas, a formação atual da Calibre conta com: Carlinhos (voz), Marcelo Aleixo e eu (guitarras), Lamarques (baixo) e Wagner (Bateria).


 As composições de vocês sempre apresentam temas sociais. Qual a relação da banda com temas desse tipo?

Marcos Mota: Nunca foi uma ideia nossa, na verdade nunca nos importamos muito em seguir um conceito ou uma determinada linha de raciocínio em relação a temas de letras e de composições. Procuramos desde sempre sermos honestos, inclusive com nos mesmos. Por isso escrevemos temas sobre o qual vivenciamos, falamos de violência, morte, miséria... Mas também falamos de diversão, sexo, amor... Enxergamos a vida de forma ampla e expressamos isso nas nossas músicas.

O som de vocês é conhecido também por ser um dos primeiros da cidade a ser autoral. Como é o processo de composição da banda?

Marcos Mota: Sempre procuramos tocar nossas próprias músicas. Acredito que nunca tocamos mais de três covers em um show. Sempre demos prioridade as nossas composições e o publico que gosta e frequenta os shows da Calibre 765 não vai lá para ouvir cover. Eles não ficam lá embaixo pedindo pra tocar Raul ou Legião... Eles entenderam nossa ideia e apoiaram. Isso nos deu a liberdade e de certa forma segurança para seguir esse caminho. E também sempre procuramos colocar no repertório musicas de compositores locais como Alberto Grilo, O Velho Nau, Sandova Cabeleira, Projetil Lisérgico entre outros.

A calibre é uma das bandas seminais da cena alternativa de Santa Cruz do Capibaribe. Como vocês avaliam a cena da cidade atualmente, em contraste ao que era quando a banda começou? Muita coisa mudou?

Marcos Mota: Estamos na era da informação e como todos sabem, isso às vezes atrapalha mais que ajuda. Quando iniciamos, nossa intenção era unicamente nos divertir. Havia poucos recursos, poucos meios de divulgação; Tinhamos o CIR, o programa de Betto Skin aos domingos e a rádio de Claudemir (onde apresentamos durante um bom tempo, um programa aos sábados). Hoje eu vejo os músicos mais preocupados com a propaganda do que com a música. Essa facilidade atual desvirtua o verdadeiro sentido da coisa. Mas vejo gente nova com grandes potenciais em nossa cidade, e também, gostaria de ver alguns artistas mais antigos com seus trabalhos gravados, como Fábio Xavier, Olegário Lucena, Sandova, Alberto Grilo, Cariolando... Seria de grande valor para nossa música.

Em relação à formação atual da banda, o guitarrista Marcelo Aleixo (ex-Plano Base) entrou há algum tempo e já aparece como um dos grandes destaques da banda. Vocês acham que a banda se consolidou com a entrada dele?

Marcos Mota: Marcelo além de ser um excelente músico é uma excelente pessoa, um cara de grupo. Ele deu um sangue novo à banda. Mas também temos a presença de Wagner, que é o nosso novo baterista e também está somando muito.


Sobre material novo, o que a Calibre está preparando para o público?

Marcos Mota: Esperamos após o CIR continuarmos com as gravações, mas ainda não sabemos se vamos fazer um EP com poucas músicas ou um álbum completo. Só depois vamos sentar e definir isso.

Quais as expectativas para o show do Capibaribe In Rock 2014? Estão preparando algo especial?

Marcos Mota: A expectativa para o CIR  sempre é grande. Posso dizer que estamos preparando um show nervoso, como nos velhos tempos.


A Calibre 765 se apresenta no domingo, dia 16 de novembro. TÁ CHEGANDO!

    
Entrevista: Priscila Moura
@blue_journalist

Fotos: Marcos Mota


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