A banda, que foi a grande vencedora da promoção Batalha de Bandas do Capibaribe in Rock, promete trazer um show especialmente preparado para o público de Santa Cruz do Capibaribe e, claro, para os fãs sempre fieis que ajudaram a Efêmera a conquistar uma vaga no festival. O blog conversou com o vocalista Ciço Poeta sobre a cena de Garanhuns, fita cassete e o disco novo, Zarpar. Confere aí.
CIR - Você são de Garanhuns, cidade bastante conhecida
pelo festival de inverno. Como é a cena alternativa atual da cidade?
EF - A cena de alternativa de Garanhuns é muito
grande, temos muitos artistas bons, muitos mesmo, bandas que mereciam destaque
nacional, seja no rock, raggae, no rap e na música regional, porém temos pouco
espaço e geralmente os eventos que rolam na cidade são na maioria gratuitos,
pois os poucos espaços para eventos que temos na cidade são muito pequenos e não
oferecem uma boa estrutura. Mesmo assim Garanhuns continua produzindo e
exportando muita música na cena alternativa.
Garanhuns é conhecida como a cidade do Festival de
Inverno, porém os artistas da cidade e região não tem a visibilidade e nem o
respeito que merecem, na ultima edição do FIG pouquíssimos artistas da cidade
conseguiram entrar na grade do festival, mas não foi por falta de mérito
cultural, foi por falta respeito da nossa Secult, que impôs um cachê limite com
um valor baixíssimo para os artistas da cidade e tratou a todos com desprezo.
Já faz muito tempo que o Festival de Inverno de Garanhuns se tornou o Festival
de Inverno da Fundarpe, por isso só os artistas do Recife tem preferência.
CIR - No primeiro semestre do ano vocês lançaram o
primeiro álbum de vocês, com elementos ligados ao indie e alternative rock.
Quais as influências da banda?
EF - As primeira influências da banda foram a Trummer SSA,
do grande Fabio Trummer (banda Eddie), e a banda O Terno, as quais eu, Ciço
Poeta, conheci durante uma das apresentações do FIG em que me apresentei com
outra banda (a Tatu Goiaba). Desde então fiquei ligado naquele som e no outro
mês eu pensei, tenho que fazer um trabalho assim. Comecei a ouvir O Terno, a
Trummer SSA, Vivendo do Ócio, Vespas Mandarinas, Arctic Monkeys, Kongos,
Katastro, e a Banda do Mar. Essas foram as influências para iniciar as
composições, quando a banda foi formada, eu já tinha feito 3 músicas, foi então
que as influências dos demais membros começaram temperar o projeto, as
influências vieram de Raimundos, Charlie Brown Jr, Nação Zumbi, Pitty, Barão
Vermelho, Medula, Red Hot, Nirvana... Enfim, uma porrada de banda de rock que sempre fez um som alternativo.
CIR - Vocês lançaram o Zarpar também em formato K7 (cassete).
Como é a relação da banda com essa volta de formatos antigos de distribuição,
como o vinil e o próprio cassete?
EF - Quando pensamos no projeto de rock alternativo,
pensamos na cena alternativa em si, ou seja, no movimento independente. Todo o
disco foi produzido de forma independente. Hoje temos a tecnologia que
facilitou muito a vida das bandas que seguem essa linha, porém antigamente,
digo a uns 20 anos atrás, a coisa era diferente. A forma que as bandas tinham
para produzir seus álbuns independentes era o K7, daí o famoso termo “fita
demo”. Por isso pensei em trazer um pouco desse resgate histórico e usar as
fitas.
O álbum todo foi gravado de forma digital, a gravação
das fitas foi apenas a conversão do áudio digital para o analógico usando um
gravador antigo. Pensamos também em fazer no formato de vinil, porém o vinil
custa muito caro e não cabe ainda no nosso orçamento. Já as fitas cabem
perfeitamente. Tentamos fazer contato com gravadoras que trabalham com esse
formato aqui no Brasil, porém não tivemos resposta de nenhuma delas, daí
fizemos nós mesmos. Por enquanto a fita é apenas um souvenir da banda e ainda
não está a venda, mas a partir do próximo ano teremos uma tiragem legal de
fitas e poderemos por a venda.
CIR - A Efêmera foi a grande ganhadora da Batalha de
bandas, promoção que garantiu a participação da banda no Capibaribe in Rock
2015. Quais as expectativas para o show?
EF - Estamos muito animados pra esse evento! Essa será
a terceira apresentação da Efêmera, mas já somos bem acostumados com os palcos
e montamos um show bem elaborado para o Capibaribe In Rock.
CIR - Os fãs foram decisivos para essa conquista
(Batalha de Bandas). Como é a relação de vocês com essa galera?
EF - Sim, os fãs foram totalmente decisivos para essa
conquista. Nossa relação com os fãs é muito bacana, pois mesmo a banda tendo
feito poucos shows e tendo apenas um ano de formação, muitas pessoas já
conhecem nosso trabalho, inclusive de outros projetos, como a Tatu Goiaba que
tem Ciço Poeta e Rafael Felipe e a PE-5 que fazem parte Cezar Oliveira e
Jameson Patrych, além de outros projetos de cada membro. A maior parte das
pessoas conheceu a banda pela internet, e isso nos deixou muito felizes. Antes
de lançar o álbum apresentamos duas músicas e a resposta foi bem positiva. Quem
ouviu as músicas ficou bem ansioso pelo álbum. Cada membro da banda e seus
familiares pediu para que os amigos ajudassem a banda na batalha, mas muitos
votos vieram de fãs que não conhecíamos, inclusive de muitas pessoas de Santa
Cruz do Capibaribe que ouviram o som, gostaram e chamaram os amigos para
conhecer e ajudar a levar a banda ao evento. Esse envolvimento foi muito
bonito, muitas pessoas passaram a conhecer a banda a partir do concurso, por
isso somos muito gratos a todos que nos ajudaram.
Entrevista: Priscila Moura
Foto: Efêmera
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Massa
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