terça-feira, 16 de outubro de 2012

Entrevista - The River Raid

Formada em 1996 por jovens amigos universitários aficcionados por Stooges, Sonic Youth, Violent Femmes, Radiohead e música brasileira dos anos 60: Tom Jobim, Mutantes, Roberto Carlos...
Com shows intensos, pelo Recife, região e outros estados, recheados de muita microfonia causadas pelo som intenso e poderoso concebido pela junção 3 guitarras, e muita psicodelia (abriram vários shows com ‘’Interstellar overdrive’’ do Pink Floyd), o som garageiro do grupo recebe bons elogios do público e da crítica, sendo inclusive citados pela extinta revista ShowBizz.
Dois anos depois lançam o álbum de estreia ‘’The River Raid’’, que recebe bons elogios da crítica especializada, inclusive do exterior: Rolling Stone, Spin Magazine, Guitar Player.
O reconhecimento do público cresce ainda mais quando vencem um concurso da MTV Brasileira com o clipe da canção ‘’2030’’.
Em 2007, o single ‘’Time up’’ aparece em coletâneas do exterior: nos EUA através dos selos Sonicbirds e Shatter Records e na Inglaterra pelo Stay in the Box. A banda já se apresentou nos mais importantes festivais da América do Norte: The Atlantis Music Conference (Atlanta, Georgia), Canadian Music Week (Toronto, Canada), Florida Music Festival and Conference (Orlando, USA), and North By North East (Toronto, Canada), e South by Southwest (Austin, TX) e CMJ (New York, NY), tornando-se uma das mais importantes bandas do cenário independente.
São elogiados por Robert Smith (The Cure), Julian Casablancas (The Strokes), Frank Black (Pixies) e pelo ‘’killer’’ Jerry Lee Lewis, que formavam o júri de um concurso realizado na internet em 2008, o ‘’People’s Voice’’.
A banda toca em vários festivais pelo Brasil: Abril Pro Rock (Recife), REC Beat (Recife), Bananada (Goiânia), Ponto CE (Fortaleza), Se Rasgum no Rock (Belém), Festival Do Sol (Natal), MADA (Natal) e Aumenta que é Rock (João Pessoa), enquanto prepara o 2º album.
Em 2009 é lançado ‘’In a forest’’, produzido por Rodrigo Coelho e mixado/masterizado por John Cornfield, que traz as belíssimas ‘’Alright’’, ‘’Hurricane’’ e ‘’Radiator woman’’, e os rockaços ‘’Black finger’’ com ecos de Southern Rock, ‘’Syr Psycho’’ e ‘’Lost way’’, demonstrando o som forjado por anos de experiência.
Atualmente a banda é formada por: Ricardo Leão (guitarra e voz), Eduardo Pereira (baixo), Gilberto Bezerra (guitarra e sintetizadores) e Pedrinho Pacheco (bateria), este último ex-Vamoz! e o único que já tocou por aqui em 2003 (Capibaribe in Rock) e em 2007 (ECA-Encontro de Cultura e Arte), com sua antiga banda.
Tive o prazer de assistir a uma apresentação destes caras em 1998 no festival PE no Rock, e a introdução foi justamente com a música da banda de Syd Barrett (fato este copiado pela Projétil Lisérgico, minha primeira banda, no CiR de 1999). O que vi foi o show de uma das melhores bandas surgidas na cena underground do Estado, e que na minha opinião forma com Supersoniques e Badminton, a Santíssima Trindade do Rock Alternativo de Pernambuco.
Entrevistamos Pedrinho Pacheco, baterista da banda.
1) Percebe-se a bela evolução sonora da banda, através de ricos arranjos e também do uso de sintetizadores. Para onde mais o som da banda pode evoluir?
O som vai evoluindo todos os dias. Tocando, ensaiando passando o tempo juntos, vamos conversando e assim amadurecendo a cada disco que faremos.
2) Hoje a banda também traz referências de contemporâneos como Strokes, Arctic Monkeys, Hives. Que bandas mais agradam a vocês no cenário atual?
Essa pergunta é meio difícil de responder, porque nos 5 cada uma pensa e tem as referências mais loucas do que a do outro, e o legal é justamente isso, pois quando nós juntamos as referências, saem as composições do River Raid.
3) Qual o festival mais importante na história do TRR?
Estivemos em vários festivais importantes, ganhamos no GBOB, representamos o Brasil em Kuala Lumpur na Malásia, depois de uma final no Rio de Janeiro no Circo Voador com as bandas concorrentes e a NAÇÃO ZUMBI, foi aluciante. Também tocamos no Festival de Nova Iorque, tocamos no Texas no SWSX que também foi alucinante, com o apoio da Levi’s, e o Canadian Music que também foi muito massa e conhecemos literalmente e ao vivo, Rob Krieger, guitarrista da lendária THE DOORS, entre outros.
4) Como será o repertório do show? E como está a expectativa de tocarem no interior do Estado? É a primeira vez que isso acontece?
Eu particularmente gosto de tocar aqui no Brasil até porque é a nossa casa, e tocar no Capibaribe in Rock será melhor ainda devido a tudo e a todos que estão envolvidos, pois é difícil cultivar esse trabalho de propagar a musica autoral, principalmente no interior do Estado. No meu caso será a 3ª vez que estou indo tocar aí.
5) Pedrinho, como é voltar a tocar por aqui depois de 5 anos, o que você lembra dos shows que fez por aqui, e como convencesse esses caras de nos darem a honra de tê-los neste humilde festival?
Porra, para mim é uma coisa mágica sacou? Porque além de baterista, sou produtor musical e sei das dificuldades que temos para fazer um evento desse sair da ideia para a realidade.
Todas as tocadas ai foram alucinantes. Brother tudo de bom e do melhor, as pessoas realmente gostam do rock e principalmente tem a cabeça aberta para verificar, pesquisar, ouvir sem discriminar, o público é cativo, tem calor humano. Pelos amigos que fiz isso é gratificante e fico honrado em mais uma vez revê-los e tocar o rock ‘n’ roll.
A banda como parceira abraçou o projeto para mostrar que a música autoral também é importante, não é porque não tocamos nas rádios que a música não presta, e sim pelo contrário.
A partir dai queremos que as pessoas vejam outra atmosfera que rola, seja na música, na literatura, isso força a galera a pesquisar e ampliar os horizontes, em relação a tudo que envolve a arte, desta forma tendo a oportunidade de abrir mais esse nosso universo e mostrar que tudo é possível quando você realmente quer.
Clip - Alright
http://www.youtube.com/watch?v=kGSk32s5vLs

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