Com um show já tradicional no Capibaribe in Rock, a Le Freak soma anos de estrada e uma história de luta pela manutenção da cena alternativa em Santa Cruz do Capibaribe. Apesar de um tempo respeitável apoiando a cena na cidade, só esse ano a banda de indie rock lançou seu primeiro EP. Nós convidamos o vocalista Betto Skin e o baterista Renato para um bate papo sobre o novo trabalho e o que está sendo preparado para o público fidelíssimo ao evento e à banda.
CIR
- A Le Freak lançou recentemente o seu primeiro EP. O que vocês podem nos dizer
sobre esse material novo?
Betto
Skin - Apesar
de serem canções que estão no repertório há bastante tempo, só agora com a
estabilidade que a banda conseguiu com essa atual formação, foi que nos
sentimos seguros de lançar esse trabalho. Achamos um produtor legal (Rafael
Borges, que além de ser um excelente músico é um cara que saca muito de
técnicas de estúdio e produção) que captou a essência garageira da banda. Enfim,
ficamos muito satisfeitos com o EP.
CIR
- Como vem sendo o retorno do público não somente com o EP mas com todo o
trabalho feito pela Le Freak?
Betto
Skin - Acho
que o cenário alternativo impõe isso, do cara ter que esperar 5, 10 anos para
ter seu som descoberto. Mas é isso que nos deixa satisfeitos, aos poucos ser
descobertos pelo público underground nos faz muito bem. Somos caras que não
dependemos da música em si para sobreviver financeiramente, mas dependemos dela
para sobrevivermos como pessoas e aceitar as diversas diferenças impostas pelo
dia a dia.
CIR
- Na sua opinião, qual a importância de eventos como o Capibaribe in Rock para
o movimento underground e alternativo?
Renato
- O CIR é o embrião que germinou e sobrevive até
hoje disseminando a cultura underground local e dando oportunidade a vários
artistas de mostrar o seu trabalho para uma massa, seja ele na música, nas
artes plásticas e cênicas ou na literatura escrita e verbal. Digo isso pois
todo o evento engloba debates de diversos temas, exposições, apresentações,
sessões de cinema entre outros. Claro que a música engloba maior parte do
evento, por isso buscamos abrir espaço para a música autoral, o verdadeiro
trabalho que mostra a essência de cada artista ou banda. É o maior evento da
cena rock e alternativa local até o momento, afinal 18 anos é tempo pra
c******. O CIR alcançou sua maioridade.
CIR
- A Le Freak já é marca registrada no Capibaribe in Rock, o que podemos esperar
da banda agora, após o Lançamento do EP?
Renato
- Bem, a acho que muitas bandas já disseram isso
que vou dizer, inclusive os sertanejos sempre usam esse argumento. "A Le
Freak é uma família" mas é de verdade no nosso caso. Estamos maturando uma
forma de fazer música nervosa e eletrizante, buscando passar mais energia para
o nosso público, sem muitos artifícios, mas com elementos singulares como as
guitarras mirabolantes de Alberto ( Leitãozinho), as dissonâncias vocais de
Betto Skin, os chorus saturados de Charles, a calmaria nos graves de Lamark e
minhas batucadas imprevisíveis de bateria. É uma sopa de elementos que trazem
uma música autoral com letras fortes, mesmo que cantadas em inglês. Esperamos
agradar um maior número de pessoas, afinal, todo ano o público aumenta e novos
ouvintes estão por vir. Pra quem gosta de indie rock, é uma boa recomendação.
CIR
- Qual a expectativa da banda pra mais uma apresentação no Capibaribe in Rock?
Betto Skin - A melhor possível, com certeza será um show energético
e com novidades!
Entrevista: Jorge Luis
Edição: Priscila Moura
Foto: Le Freak