quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Matéria sobre o Badminton no Eittanoise


'Badminton II', talento raro no rock nacional



* Aldemi Souza

Pouca coisa na internet, e seu vício de download, condicionam de maneira positiva nosso tocador a permanecer em um mesmo disco. É sempre aquele ciclo, que nos impulsionando a baixar, escutar e arquivar. Tão rápido. Se em 2007 minha alegria foi o disco da Superguidis, este ano está sendo mais produtivo. Primeiramente foi o derradeiro disco da Violins e agora a grande notícia é o novo da BADMINTON, bastião do lo-fi/stoner rock dos anos 90, formada por Felipe Vieira. Sim, banda de um homem só.
Badminton assombrou o meio alternativo quando estreou em 2000 com “Petroliana”, trazendo os hits lo-fi “Let Me Surf” e “Bareware”, carregando sua musicalidade à lá Neil Young/Sebadoh/Dinosaur Jr, feitos com qualidade e sinceridade. Oito anos depois, após trabalho, casório, filhos... o camarada Felipe volta à tona e, para nossa alegria, a fonte contínua intacta, riffs musculosos, cozinha segura e canções.Tudo lá.
Badminton II acaba de ser lançado de forma virtual pelo selo Net.Label. O disco funciona perfeitamente como uma seqüência natural de Petroliana, acrescentando uma pegada mais stoner rock, como em faixas “Changing Places” e “Homebound “, “Let the Light In” e o habitual clima lo fi/ soft presente nas belas canções “If You´re Thinking Of Leaving””, “Dedicated”, “Wester Graves” e "Thing Song".
Cada canção carrega um sinal, uma coordenada para encher a vida de vaidade por olhar adiante, sorrir com os que o rodeiam e ficar satisfeito pela força que o corrompe a continuar pensando e vivendo, envenenado por música. Enquanto VIOLINS transpira poesia nas letras, conduzidas por belas canções, BADMINTON explode o coração de quem ama música, especialmente rock, distorções e surtos de reflexões regadas por uma long neck e o olhar fixo no vazio e o coração conectado no riff. Ouço essas declarações musicais como quem aprecia a biografia Badminton, composta de luta, emoções infantis e uma vida inteira pela frente.
Sou fã do feelling musical de Felipe. Seu talento é um caso raro na música, suas canções estão a serviço da boa música, para quem se dispõe ouvi-las sem embalagens e com o coração aberto. Grande disco!



* Aldemi Souza publica o blog Eittanoise, um dos mais tradicionais da internet.

Nenhum comentário: